quarta-feira, 30 de abril de 2014

Letra da música "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores"


Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
compositor: Geraldo Vandré

terça-feira, 29 de abril de 2014

Geraldo Vandré canta terra plana


Tributo a Geraldo Vandré


Jair Rodrigues cantando a música disparada de Geraldo Vandré no festival de 1966

Neste Festival a música disparada ficou em primeiro lugar ao lado da música a banda de Chico Buarque. Amigos próximos de Geraldo Vandré aconselharam que ele desse a música para que fosse cantada por outro cantor que pudesse torna-la mais forte e dinâmica, essa pessoas foi Jair Rodrigues, além de ganhar o prêmio de melhor interprete, ajudou Vandré a ganhar o prêmio de melhor música. Devido ao conteúdo critico dizem que os jurados dariam o primeiro lugar apenas para Chico Buarque, mas esse se rendeu ao poder dos versos de Vandré e teria dito que não aceitaria o prêmio caso a canção disparada ficasse em segundo. No festival da Record em 1966, quando o nome de jair foi lembrado para interpretar Disparada, de Geraldo Vandré e Theo de Barros. A primeira reação de Vandré foi de desconfiança. Segundo Jair, o compositor da música Vandré reagiu e afirmou que não queria que "esse sambista" interpretasse a canção. "Mas quando ele me ouviu cantando, logo aceitou, com respeito e admiração. Segundo Jair Rodrigues "Eu também não fazia por onde o pessoal acreditar no Jair intérprete, porque lá no Fino da Bossa era aquela brincadeira mesmo, era muito brincalhão. O primeiro encontro entre Vandré e Jair foi tenso. O autor falou para o intérprete não brincar com a música dele, que era coisa séria. Recebeu em troca um xingamento e pediu desculpas. Era 1966, Geraldo Vandré surgiu sedento por uma vitória no Festival da Record. Sua música, Disparada, deveria ser defendida por um artista sério. "Não por Jair Rodrigues", disse ele ao produtor Solano Ribeiro. "Pedi que ele ouvisse Jair no ensaio uma vez", lembra Solano. Vandré ouviu e se convenceu. "Nascia ali um novo artista. Ninguém poderia imaginar que ele cantaria com tanta propriedade uma canção de origem sertaneja", diz o pesquisador Zuza Homem de Mello. Disparada empatou em primeiro lugar com A Banda, de Chico Buarque. Mas o próprio Chico reconheceu que o homem que vinha lá do sertão era grande demais para um empate. Jair e Geraldo Vandré merecia a vitóriaDepois da vitória, Jair conta que recebeu um abraço "de quebrar ossos". No dia do falecimento de Jair Rodrigues, Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, o Geraldo Vandré, ouviu pelo rádio a notícia da morte de Jair Rodrigues.

Geraldo Vandré canta disparada em show com ritmo original

letra da música

Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei
Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei

Geraldo Vandré e Quinteto violado cantando a música disparada


Geraldo Azevedo, Elba e Zé Ramalho cantando a música disparada de Geraldo Vandré

Essa música  foi criada por Geraldo Vandré e cantada primeiramente por Jair Rodrigues no primeiro festival da música popular Brasileira. Ela ganhou em primeiro lugar empatando com a música a banda de Chico Buarque de Holanda.  

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A música de Geraldo Vandré continua mais viva do que nunca. Nos movimentos de protestos de 2013 Vandré foi ao lado de Renato Russo o músico mais lembrado


FESTIVAL INTERNACIONAL DA CANÇÃO" Foi Transmitido pela TV Globo em setembro de 1968.




"Pra não dizer que não falei das flores" ficou em 2º lugar no festival provocando a fúria do público que queria o primeiro lugar para a música. Chico Buarque e Tom Jobim ficaram com o primeiro lugar e pela primeira e unica vez foram vaiados, mas Geraldo Vandré falou uma frase que será para sempre eterna e acalmou o público " a vida não se resume a festivais". O video desta apresentação nunca foi encontrado, a globo se defende dizendo que o arquivo foi queimado em incêndio ocorrido dentro da emissora, mas especialistas dizem que Geraldo Vandré e sua música incomodavam o Sistema e por isso a mando da ditadura pediram que a emissora apagasse com os registros referentes a Vandré para que não se popularizasse os ideias da musica que apresentavam as contradições do governo.

escrito por Cleiton lopes cabral

Para quem quiser entender, o desabafo do mestre, uma indireta para a sociedade brasileira!

depois de escrever de forma fantástica sobre as contradições da sociedade brasileira, fica a pergunta de que forma estamos usando as canções de Geraldo Vandré? Será por isso que ele fala do artista inútil? o sacrifício da própria vida pela sonho da justiça no Brasil valeu a pena?

OBJETIVO DO BLOG

"Geraldo Vandré, como é conhecido o maior intelectual, cantor e compositor do período da ditadura militar, foi o principal expoente brasileiro dessa época. Por meio de estudos e talento musical conseguiu ser "cantor filósofo" onde por meio das palavras, a teoria e a pratica combinaram perfeitamente, formando uma unidade que praticamente dilacerou as bases da estrutura militar e conscientizou de forma simples e objetiva milhões de pessoas. Seu grande mérito foi sem dúvida conseguir sintetizar em versos e canções o contexto social e politico da realidade Brasileira. Elaborou obras que se imortalizou e será eterno porque sempre representará o país enquanto houver contradições sociais nele. Por isso, o nosso principal objetivo é reunir e expor o máximo de materiais possível deste gênio da literatura brasileira, mesmo sabendo que muitos registros foram apagados pela censura da ditadura militar e pelos poderosos burgueses da imprensa brasileira. Na minha humilde opinião, o poder das ideias e das canções de Geraldo Vandré superaram Chico Buarque (outro grande maestro da época). Quem quiser colaborar e manter viva a história do maior personagem artístico do período da ditadura é só mandar seu registro que iremos postar, com atenção especial para materiais vindos do chile, França e Alemanha onde o mesmo esteve exilado por conta do AI5 do regime militar. Parabenizo a emissora record que contém um dos mais completos acervos dessa época e contestar a rede globo que apresenta um material escasso"
Escrito por: Cleiton Lopes Cabral. 







domingo, 27 de abril de 2014

Joan Baez e Geraldo Vandré

                                                                                  
...

Geraldo Vandré desabafa contra a ditadura (Paraguai -1982)


Geraldo Vandré canta "Aroeira" - 1967

Letra da música

Vim de longe, vou mais longe
Quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta
Pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo
Que esse mundo vai virar
Noite e dia vêm de longe
Branco e preto a trabalhar
E o dono senhor de tudo
Sentado, mandando dar.
E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar
Marinheiro, marinheiro
Quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro
Eu também sei governar.
Madeira de dar em doido
Vai descer até quebrar
É a volta do cipó de arueira
No lombo de quem mandou dar.

Documentário sobre Geraldo Vandré


Geraldo Vandré no Maracanãzinho


NESTE DIA A CELEBRE FRASE DEPOIS DAS VAIAS À CHICO BUARQUE E TOM JOBIM
 "a vida não se resume a festivais" autor: Geraldo Vandré

Entrevista polêmica de Geraldo Vandré

sobre essa entrevista uma análise muito boa foi feita pelo blog do Osmar filho...no site http://osmarfilho.blogspot.com.br/2013/04/entrevista-com-geraldo-vandre-no.html

A entrevista com GERALDO VANDRÉ no aniversário de 75 anos, em 2010.

Bem que eu tentei não deixar o assunto muito extenso, mas "resumir" Geraldo Vandré é algo bem difícil. Completando o assunto anterior, no qual teve o destaque da música que fez o público vaiar qualquer imposição de jurados ou outra escolha que não fosse a música "SÍMBOLO" de mudança em umPaís, segue abaixo alguns trechos da entrevista feita com o artista, funcionário público federal aposentado e advogado. No fim, postei os 04 vídeos com a entrevista com um dos maiores compositores deste País.



Com Jornalismo "ensaiado",
inútil "rasteiro"
TV Globo tentou fazer da entrevista com o cantor e compositorGeraldo Vandré, umsensacionalismo"tupiniquim", do jeito que a famigerada empresa de TV gosta, mas esqueceu-se que estava diante de um cidadão muito inteligente e que havia se recolhido no exílio porque o País onde nasceu não gosta de valorizar acultura, a boa informação e formação e a educação de qualidade. Assistindo a entrevista feita pela Globo News, com narração de Sérgio Chapelin, que a Globo(e ele também, talvez) resolveu limitar na apresentação do programa Globo Repórter, àssextas-feiras. Na entrevista, o jornalista Geneton Moraes Neto, talvez pensou que estivesse conversando com um ex-participante do famigerado programa "BBB"(Big Bosta Brasil), ou ainda, algum ex-participante do programa "A Fazenda", da Rede Record (ou "Recópia"). Fato é que as primeiras perguntas para o cantor e compositor Geraldo Vandré foram feitas com opções de respostas, querendo limitar o pensamento do entrevistado para manipular, disfarçadamente, as respostas originais,inteligentes críticas do interlocutor com muita cultura. Que isso!

Geraldo Vandré, 75 anos
no ano de 2010
Após 04 meses de conversas para agendar a gravação da entrevista, no ano de 2010, quandoGeraldo Vandrécompletou 75 anos de idade, a TV Globo queria entrevista o CIDADÃOque foi censurado por causa de sua canção. Após o exílio, o próprioGeraldo Vandré declara que ele é um exilado dentro do seu próprio país. A entrevista foi feita no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, onde existe um hotel. O problema é que o jornalista talvez não tenha se preparado para entrevistar um CIDADÃO culto e que "quebraria o silêncio" para falar o que ele quisesse e NÃO o que pudessem"obrigar" ele a falar. Geraldo Vandré estava afastadodo que sabe fazer e bem, mas NÃO estava com o"espírito anestesiado" e nem com o "cérebro atrofiado", como, possivelmente, ficam muitos supostos jornalistas espalhados pelo Brasil.

Na entrevista, Geraldo Vandré deixa claro que o motivo para ficar "longe dos palcos" é a inútil "CULTURA MASSIFICADA". Ele declara, com toda as letras, que no Brasil não existe mais espaço para o que ele fazia antes, que era uma arte com qualidadeChegou a explicar a pergunta sobre a divergência com outros artistas da época e resumiu a resposta tranquilamente: "Eu não faço qualquer coisa"E sobre "ARTE", com sobriedade e umainteligência ímpar, ele criticou com firmeza e ainda deu gargalhada sobre o nenhum valor que o Brasil dá para a"ARTE", bem como, o significado de um País sem leis, porque estas não são praticadas. Eis a declaração deGeraldo Vandré"Eu estudei leis. Quando eu terminei o meu curso de Direito no Rio, eu fui me dedicar a uma carreira artística e já sabia que a arte é cultura inútil. Mas hoje eu consegui ser mais inútil que qualquer artista. Eu sou advogado num tempo sei lei. Quer coisa mais inútil que isso?!" - Essa  última frase, com um misto de pergunta e afirmação, Geraldo Vandré falou olhando para a câmera. SENSACIONAL!!!


Propaganda enganosa do "GOVERNO VAGABUNDO FEDERAL"
Com frases bem críticas, demonstrando uma indignação contra a pouca valorização da cultura e educação, que eleva a condição de todo e qualquer cidadão, Geraldo Vandré disse: "Não há nada mais subversivo do que um subdesenvolvido erudito". A crítica é para umPaís que não quer fazer investimento na capacidade de cada CIDADÃO porque todos os CIDADÃOS juntos, possivelmente, mude esta desigualdade, este País que ainda atua como subdesenvolvido. E sobre a pergunta"se o Brasil é um País ingrato", Geraldo Vandré é lacônico, respondendo: "Não. As coisas acontecem". E para completar esta resposta, o artista cita o poema de Gonçalves Dias: "Não chores, meu filho. Não chores, que a vida é luta renhida. Viver é lutar. A vida é combate, que os fracos abate; que os fortes, os bravos só pode exaltar!".


"Treinamento" da TV
Brasileira?
Em certo ponto da entrevista, o jornalista tentou constranger o cantor e compositorGeraldo Vandré, falando sobre uma composição de uma música que o artista fez para a Força Aérea Brasileira em alusão de que ele seria umantimilitaristaGeraldo Vandré fez questão de dizer que nunca foi antimilitarista e que a declaração dele, gravada pelo governo brasileiro antes dele retornar aoBrasil pode ter sido manipulada, como fazem com o"VT" (Vídeo Tape)Inclusive, mencionou a própria entrevista com ele naquele momento, que ele diz uma coisa e o que vai ser editado, depende de cada situação. O jornalista vai falar o que?


Muitos políticos querem
que continue assim
E no momento que o repórter quis saber de um verbete em uma enciclopédia para falar de Geraldo Vandré, o jornalista recebeu uma resposta com ironia seguida de uma gargalhada: "O CRIMINOSO". Perguntado sobre o motivo, Geraldo Vandré então explica ao jornalista, didaticamente, para que ele direitinho: "O que você chama de governo e me tem como anistiado... eu fui demitido do serviço público por casa da canção e o que se apresenta como governo no Brasil até hoje, cobra impostos sobre o corpo de delito daquela canção que eu fiz. Deu para entender agora?". Não satisfeito com a própria reposta, Geraldo Vandré foi além e continuou a explicação, dando um"tapa sem mão" no governo, que não entende o que faz, falando sobre a anistia oferecida a ele: "Eu voltei, por força um despacho dado com fundamento na chamada Lei de Anistia, como se eu fosse um criminoso. Anistia é para criminoso sentenciado em sentença transitada em julgado e mesmo assim, se o anistiado aceitar. Porque aceitar a anistia significa aceitar-se criminoso e se beneficiar da anistia".

Outro ponto muito importante da entrevista quando Geraldo Vandré deu uma aula de Direito para o jornalista, falando sobre os direitos autorais, quando o repórter perguntou como sobrevive.Geraldo Vandré respondeu depois da aula de Direito e ainda afirmou o SUBDESENVOLVIMENTO de umPaís chamado BRASIL, de forma bem direta,objetiva. Simplesmente ESPETACULAR!!!


Por fim, Geraldo Vandré declarou seu fascínio pelaAviação, motivo também pelo qual fez uma música para a Força Aérea Brasileira. E após reafirmar que não era antimilitarista e falar sobre a necessidade de se manter as Forças Militares no País, em virtude da defesa do mesmo, sendo soberano, Geraldo Vandrétambém recitou a letra composta exclusivamente para aAviação, que tanto gosta e que podemos conferir abaixo, sendo a última parte, o refrão:


"Desde os tempos distantes de criança
Numa força sem par do pensamento
Teu sentido infinito e resultante
Do que sempre será meu sentimento
Todo teu, todo amor e encantamento
Vertente esplendor e firmamento

Como a flor do melhor entendimento
A certeza que nunca me faltou
Na firmeza do teu querer bastante
Seja perto ou distante é meu sustento
De lamentos não vive o que é
Querente do teu ser no passado e no presente

Do futuro direi que sabem gentes
De todos os rincões e continentes
Que só tu sabes do meu querer silente
Porque só tu soubeste, enquanto infante,
Das luzes do Luzir mais reluzente
Pertencer ao meu ser mais permanente

Vive em tuas asas
Todo o meu viver
Meu sonhar marinho
Todo amanhecer"

VIDEO: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

Vida do cantor e compositor

Geraldo Vandrénome artístico de Geraldo Pedroso de Araújo Dias (João Pessoa12 de setembro de 1935) é um cantor,compositor e violonista brasileiro, conhecido por ser um dos nomes mais célebres da música popular brasileira. Seu sobrenomeé uma abreviatura do sobrenome do seu pai, José Vandregísilo.

Biografia

Foi o primeiro filho do casal José Vandregísilo e Marta.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, tendo ingressado na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela qual se formou em 1961. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Conheceu Carlos Lyra, que se tornou seu parceiro em músicas como "Quem Quiser Encontrar o Amor" e "Aruanda", gravadas por Lyra. Gravou seu primeiro LP, "Geraldo Vandré", em 1964, com as músicas "Fica Mal com Deus" e "Menino das Laranjas", entre outras.
Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso Disparada, interpretado por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.1
Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com Pra não Dizer que não Falei das Flores, muitas vezes chamada de "Caminhando e cantando". A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante o governo militar, e foi censurada. O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. No festival, a música ficou em segundo lugar, perdendo para Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim. A música Sabiá foi vaiada pelo público presente no festival, que bradava exigindo que o prêmio viesse a ser da música de Geraldo Vandré.
Hoje, Geraldo Vandré reside no centro da cidade de São Paulo, mas sempre viaja para o Rio de Janeiro ou Imbituba, no litoral sul de Santa Catarina. Em 12 de setembro de 2010 (dia de seu aniversário de 75 anos), Vandré concedeu no Clube da Aeronáutica no Rio de Janeiro uma polêmica entrevista2 ao jornalista Geneton Moraes Neto, na qual critica o cenário cultural brasileiro desde os anos 1970 e afirma que seu afastamento da música popular não foi causado pela perseguição sofrida pela ditadura militar, mas sim pela falta de motivação para compor ao público brasileiro, vítima do processo de massificação cultural.

Carreira artística

Primeiras canções

Vandré iniciou carreira musical nos anos 60, tornando-se famoso pelas suas músicas que se tornaram ícones da oposição ao regime militar de 1964, como "Porta Estandarte", "Arueira", "Pra não dizer que não falei das flores", entre outras. Canções legitimamente populares.
O sucesso maior veio com "Disparada", vencedora do Festival da Canção da TV Record em 1966, junto com "A Banda", de Chico Buarque. No livro "A era dos Festivais - Uma Parábola", de 2003, Zuza Homem de Mello revela que Chico Buarque, ao saber que sua música havia ganhado, não concordou com o resultado, pois considerava "Disparada" melhor e não aceitaria o prêmio. A situação foi resolvida quando Chico foi informado que ele e Geraldo Vandré dividiriam o prêmio.
Em 1968, ao defender "Pra não dizer que não falei das flores" no "Festival de Música Popular Brasileira", criou um dos hinos da resistência ao regime militar que ficou conhecido pela primeira palavra: "Caminhando", além de estar em uma nova situação envolvendo ele e Chico Buarque. "Sabiá", de Tom Jobim e Chico Buarque, foi declarada vencedora, mas o público se revoltou, pois queriam Pra não dizer que não falei das flores, que acabou ficando em segundo lugar. Enquanto Cynara e Cybele ao lado de Tom Jobim e Chico Buarque apresentavam a música campeã, vaias se ouviam durante a apresentação. Este se tornou o momento mais emblemático da história dos festivais.

Censura - AI 5

Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, viúva de Guimarães Rosa, falecido no ano anterior (setores da imprensa afirmam que ele também teria sido escondido pelo governador de São Paulo Abreu Sodré no Palácio dos Bandeirantes), o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a Alemanha e França. Voltou ao Brasil em 1973. Até hoje, vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que ele teria sofrido pelo governo militar. Em entrevista no ano de 20103 essas especulações foram desmentidas pelo cantor, dizendo que só não se apresenta mais porque sua imagem de "Che Guevara Cantor" abafa sua obra.[carece de fontes]

Canções após o exílio

Após o exílio, Vandré foi vigiado de perto pelos militares, sem poder expressar o retrato do Brasil à época. Logo após o retorno ao Brasil, Vandré compôs a canção "Fabiana", em homenagem à Força Aérea Brasileira.
Geraldo Vandré abandonou a vida pública e se afastou do mundo artístico brasileiro, atuando como advogado e se apresentando em diversos países da EuropaÁfrica eAmérica Latina até os dias de hoje4 . Tal afastamento foi alvo de inúmeros boatos que vinculavam sua suposta descrença na esquerda, sua mudança ideológica e seu abandono da vida artística aos atos de tortura supostamente sofridos.
Em 2014 Geraldo Vandré voltou a subir ao palco depois de 40 anos com a cantora Joan Baez, que em 1981 foi proibida de cantar no Brasil pela Ditadura Militar. Segundo reportagem do jornal Estadão foi o próprio Vandré quem tomou a iniciativa de fazer contato com a cantora por intermédio de um amigo em comum com a proposta de gravar um disco em espanhol. Vandré e Baez se encontraram pela primeira vez no domingo, 23 de março poucas horas antes do show da também ativista dos direitos humanos. Baez insistiu para que Vandré cantasse, mas este não cedeu: “Eu vou convidar para subir ao palco um mito. Ele não gosta disso, prefere ser somente um homem. Ele virá aqui, mas não vai cantar, vai ficar do meu lado”, disse Joan Baez.

Estilo

Com estilo erudito, Vandré sempre se expressou e por poucos foi compreendido. Em sua entrevista com Geneton, ele foi questionado várias vezes quanto à caricatura que fizeram da sua vida e mais uma vez tentou mostrar a mesma realidade que tentara no passado, mas parece que mais do que nunca permanece incompreendido.

Álbuns

Participação em trilhas sonoras


fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geraldo_Vandr%C3%A9